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✦ Lammas – Festival das Primeiras Colheitas

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ago 1, 2020

Ana David

✦ Lammas – Festival das Primeiras Colheitas

LUGHNASADH  🌾🌾🌾

Assinala-se hoje, 1 de Agosto (ou na primeira Lua Cheia de Agosto), o início de período das colheitas na Roda do Ano, o primeiro de três festivais, ao qual se seguirá Mabon e Samhain.
É chegada a hora de ceifar o trigo e o centeio, é tempo de colher os frutos das sementes lançadas em Imbolc e nutridas em Beltane.

Para os antigos celtas, Lughnasadh (pronuncia-se “lunassa”) era um festival de fogo que honrava o deus solar Lugh, que “morre” no momento da colheita dos grãos, é “enterrado” (descida ao submundo) no plantio das sementes, renascendo nas próximas colheitas. A Deusa era honrada no seu aspeto de Mãe, que deu à luz abundância e prosperidade. Comemorava-se a plenitude da terra, a invenção da agricultura pelas mulheres e tudo aquilo que foi realizado na primeira metade do ano.

Apesar da abundância visível, este é um momento de luto, em que a Deusa e a Terra choram a morte anual do Deus. Este é um festival que honra a morte, simbolizada na colheita do fruto que atingiu o seu auge e se dá à morte quando abandona a árvore e cai no chão, a morte do grão que é colhido e moído e que servirá de alimento na estação fria do ano. Mas Lughnasadh representa também a alegria, anunciando o renascimento do Deus Sol em Yule, o Solstício de Inverno – esta é a eterna roda de nascimento, morte, renascimento.

Em alguns locais, era atirada monte abaixo uma roda em chamas, simbolizando o declínio do sol e a descida do ano em direção ao Inverno e, em algumas cerimónias druídicas, uma roda era passada de mão em mão, representando o passar do ano.

Era também tradição fazer bonecas com espigas de milho ou de trigo (Corn Mothers), que eram colocadas no altar durante todo o inverno e enterradas ritualisticamente na terra antes do plantio, garantindo assim a fertilidade da terra e a abundância nas próximas colheitas. Noutros locais estas bonecas usadas como amuletos de proteção durante todo o ano até às colheitas do ano seguinte. As bonecas do ano anterior eram então queimadas na fogueira ou no caldeirão juntamente com papéis de agradecimento aos deuses, permitindo assim transformar o passado e usá-lo como impulsionador do futuro.

Esta era uma época de feiras, concursos, jogos e casamentos. Os casamentos celebrados nesta altura eram válidos por um ano e um dia, podendo ser anulados um ano depois, na mesma altura, permitindo aos casais viver um período experimental para perceberem se queriam manter ou não a relação. Este costume manteve-se até ao séc. XVI.

Lammas é o nome da versão cristã de Lughnasadh, e significa “massa de pão”, uma vez que eram tradicionalmente feitas oferendas de pão feito com o trigo novo.

Este é um tempo de sentir gratidão por tudo o que recebemos, por tudo o que oferecemos, por toda a abundância e fertilidade nas nossas vidas. É tempo de aceitar tudo o que foi e também o que não foi.
Podes aproveitar esta altura para fazer uma reflexão sobre tudo o que plantaste e colheste na primeira metade do ano, os sucessos e os fracassos, e faz uma oferenda à Mãe Terra – pão, espigas de milho ou de trigo ou um cacho de uvas – enquanto agradeces toda a abundância e sustento que ela te trouxe.
Se quiseres, podes também fazer um colar mágico com grãos de milho, sementes de girassol ou pedaços de casca de laranja, visualizando tudo o que colheste ou preparando o próximo plantio.

Este é o último dos festivais de Verão. Assim iniciamos a descida e entramos na metade escura do ano.

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