O seu nome vem do latim “urere”, que significa queimar, devido ao seu caráter urticante.
Originária da Europa e da Ásia, esta planta começou a ser utilizada pelos humanos há 6 mil anos, nomeadamente no fabrico de vestuário (prática que durou até ao séc. XX) e, mais tarde, no de papel. Os soldados romanos tinham o hábito de esfregar as folhas de urtiga na pele para estimular a circulação e manter o corpo quente.
O herbalista David Hoffman costuma dizer “em caso de dúvida, dá urtiga!” pois, do ponto de vista medicinal, a Urtiga é das plantas mais ricas que temos e com usos muito diversificados. Bastante rica em vitamina C, ferro, cálcio e potássio, por exemplo, esta planta é muito nutritiva e remineralizante do organismo, fortalecendo todo o corpo e sendo uma ajuda preciosa em casos de anemia e fraqueza geral no organismo.
Possui anti-histamínicos e anti-inflamatórios naturais, abrindo as passagens nasais e dos brônquios, ajudando assim no tratamento da asma e de alergias. As suas propriedades anti-inflamatórios são úteis na diminuição de dores da artrite reumatóide, osteoartrite ou tendinite. Ajuda os ossos a reter o cálcio, tornando-se assim uma aliada contra a osteoporose.
É muito utilizada para problemas de pele, nomeadamente eczema, dermatite, queimaduras, picadas (incluindo picadas de urtiga), urticária ou outras erupções cutâneas.
A infusão da sua raiz tem propriedades diuréticas que ajudam em situações de pedras na bexiga ou nos rins ou nas infeções do trato urinário.
Na Saúde da Mulher, a Urtiga ajuda a diminuir sangramentos menstruais abundantes e hemorragias uterinas, reduz as dores menstruais, nutre o sangue e ajuda a equilibrar o sistema reprodutor e hormonal, estimulando a produção de serotonina.
Na maternidade, estimula a produção e a qualidade nutritiva do leite e ajuda a estancar hemorragias no pós-parto.
Regida por Marte e associada ao elemento Fogo, a Urtiga era usada pelos seus poderes mágicos de proteção, para remover uma maldição e devolvê-la a quem a lançou, para proteger as casas do mal e era queimada para afastar o perigo.
No conto “A princesa e os sete cisnes”, de Christian Andersen, a princesa tece mantos feitos de urtiga para libertar os seus irmãos do feitiço da madrasta.
Energeticamente, ela ajuda-nos a criar chão debaixo dos pés, a abrir caminho sem medo e fala-nos da importância de estabelecer limites saudáveis em relação a nós e aos outros, protegendo-nos em segurança.
Na cozinha, a Urtiga é usada para confecionar pão, sopas, panquecas, arroz ou sumos verdes.
É ainda muito utilizada na cosmética como tónico capilar, nomeadamente no combate à caspa e à queda de cabelo, fortalecendo o cabelo e tornando-o mais brilhante.
Muita reverência e respeito por esta planta tão humilde, menosprezada por muitos, mas que encerra em si tanta sabedoria e poder.
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