EQUINÓCIO DE OUTONO – MABON – ALBAN ELFED
Tal como no Equinócio da Primavera, também agora a noite e dia se encontram como iguais, mas ao contrário do primeiro, agora a noite conquista o dia, ao tornar-se cada vez mais longa. A força do sol está a decrescer desde o Solstício de Verão, onde atingiu o seu pico, e é o momento de agradecer as dádivas das colheitas, a bondade da Deusa Mãe pelos frutos da terra e de nos prepararmos para escuridão do inverno.
A Deusa torna-se agora Rainha, coroada com frutos e bagas, e em breve tornar-se-á Mãe, quando parir o Deus Sol em Yule, o Solstício de Inverno.
Este é o momento da Roda em que a energia favorece as recordações, a calma e a interiorização das experiências vividas durante o verão, sendo por isso dada como a altura mais indicada para fazer uma paragem para descansar da vida agitada, a paragem depois das colheitas, no seu sentido literal e simbólico. Este é assim um tempo de introspeção para avaliar tudo o que foi plantado e colhido no último ano – “no silêncio, alcança-se a semente da sabedoria” – e de agradecer todos os frutos, os doces e os amargos, e as aprendizagens que trouxeram.
É o momento de praticar rituais de gratidão, introspeção e dedicação espiritual. É assim também um bom momento para rituais de cura em benefício do planeta e de oferendas de agradecimento.
Depois das primeiras colheitas, em Lammas, em Mabon é tempo de armazenar os cereais, frutas e tubérculos, fazer conservas, garantindo assim a sobrevivência das pessoas e dos animais durante a estação fria.
Para celebrar esta fase, nos festejos antigos comiam-se pães frescos, batatas assadas, uvas e nozes e bebia-se sidra recém-preparada, dançava-se e cantava-se, agradecendo pela abundância.
Era costume as famílias reunirem-se em mesas decoradas com flores, cestas de frutas e verduras, partilhando pães e tubérculos assados, vinho da última colheita e fazendo orações de agradecimento pela abundância das colheitas e pela partilha dentro da comunidade. Era também tempo de honrar os ancestrais, colocando maçãs e uvas sobre os túmulos.
Os altares eram enfeitados com folhas e galhos ou com imagens de árvores sagradas como o carvalho, o freixo, a faia ou o teixo, calêndulas, pinhas e sementes e eram preparados e usados colares de sementes com pedaços secos de maçãs, canela e nozes.
E tal como as árvores entregam as suas folhas ao chão, este é também para nós o momento de deixar ir o que já não faz sentido estar presente, permitindo assim que seja criado espaço para a renovação.
Este é um momento de agradecimento e de fazer oferendas, não devendo ser usado para pedidos ou colocação de intenções. Assim, convido-te a entrar nesse lugar de humildade em que agradeces todas as experiências e aprendizagens, mesmo aquelas que não entendeste e não conseguiste fazer, de reconheceres toda a abundância na tua vida, mesmo que não tenhas recebido o que esperavas, pois a Grande Mãe é sábia e dá-nos sempre o que mais precisamos. 🍁🍂
0 comentários